De Florianópolis a 'Dubai brasileira', Santa Catarina supera 16 km de praias alargadas

  • 21/04/2024
(Foto: Reprodução)
Apesar de praias badaladas serem amplamente conhecidas pelo engordamento da faixa de areia, primeira ação de extensão aconteceu em praia de pequena cidade, que vai repetir o processo pela 4ª vez. Veja antes e depois do alargamento da faixa de areia na praia de Jurerê Entregue em 23 de março e celebrando o aniversário de Florianópolis, a obra de alargamento da praia de Jurerê, uma das mais badaladas e conhecidas do país, é considerada a maior obra de extensão de faixa de areia da capital de Santa Catarina. Com a entrega, Florianópolis chega a três obras de alargamento desde 2019, somando ao todo 8,47 quilômetros de praias estendidas, considerando Canasvieiras (2019) e Ingleses (2023). Todas estão no Norte da ilha, região mais populosa e que tem grande procura de turistas locais e estrangeiros. ✅ Clique e siga o canal do g1 SC no WhatsApp As intervenções milionárias nas faixas de areia, que têm objetivo de ampliar o turismo e reduzir os danos com a erosão e o avanço do mar, não são exclusividade da capital. O alargamento da faixa de areia é um processo de alimentação artificial da praia. A areia é dragada do fundo do mar e bombeada para a praia. Depois de assentada, a areia amplia o espaço. As obras são realizadas por empresas especializadas que contratam dragas, todas estrangeiras, responsáveis pela execução, que exige a interdição dos ambientes durante os trabalhos. Por que as cidades litorâneas recorrem à engorda de praias Alargamento da praia dos Ingleses, em Florianópolis, em 2023 NSC TV/Reprodução 📍 Balneário Camboriú, intervenção de grandes dimensões Outra megaobra que chamou a atenção foi a da Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, a maior em extensão do estado e uma das maiores do país, com 5,6 quilômetros. Entregue no fim de 2021, a obra atraiu as atenções para a região, uma das mais ricas de Santa Catarina e do Sul do país. Com um cenário de mar e arranha-céus na orla, Balneário Camboriú é conhecida como a "Dubai Brasileira". Projetada para conter o avanço do mar, o engordamento sofreu com a força da natureza antes do primeiro ano de entrega com formação de "degraus" na faixa de areia e mais de 80 metros engolidos pelo mar. Balneário Camboriú faz estudos para frear erosão que 'engoliu' 80 metros de areia Balneário Camboriú aposta em geotubos para conter formação de degrau Praia Central de Balneário Camboriú vista do alto John Pacheco/g1 📍 Balneário Piçarras, a mais antiga (e ainda em atividade) Apesar das obras mais recentes chamarem a atenção por estarem em áreas de grande concentração populacional e turística, os alargamentos de praias em Santa Catarina são mais antigos do que se imagina. A primeira ação aconteceu há 25 anos, em 1998, na pequena Balneário Piçarras, cidade de 25 mil habitantes também no Litoral Norte. A cidade, inclusive, está com processo licitatório em andamento para alargar novamente, pela quarta vez, o mesmo trecho de 2 quilômetros na Praia de Piçarras. A ação, segundo a prefeitura, é proporcionar maior espaço ao público e conter a erosão costeira. Praia de Jurerê durante os trabalhos de alargamento Lucas Amorelli/NSC Total 🕑 Prazo de validade A situação em Balneário Piçarras alerta para o "prazo de validade" das obras, além da avaliação constante do terreno costeiro e como as interferências humanas podem desequilibrar a fauna marinha no entorno das áreas afetadas. Na cidade, por exemplo, as obras de 1998 e 2012 foram de maior porte em função de temporais que geraram ondas e afetaram a estrutura costeira diminuindo a faixa de areia, informou a prefeitura. O edital para as novas obras foi lançado três vezes, mas não teve interessados, forçando a administração pública a publicá-lo novamente. A prefeitura prevê o investimento de R$ 16,5 milhões para os trabalhos. A atenção aos efeitos a médio e longo prazo dos alargamentos motivou a publicação, em 2023, de uma análise técnica feita por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). No documento, os especialistas propõem estudos mais detalhados sobre os impactos das megaobras em Santa Catarina, além da atualização da resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). O texto é o que o rege esse tipo de projeto no estado e pode embasar os estudos para novos alargamentos, que já foram sinalizados em outras cidades costeiras de Santa Catarina. Além de Balneário Piçarras, os municípios de Navegantes, Itapoá e Barra Velha estão em fase de planejamento de engordamentos (veja a situação de cada uma das cidades mais abaixo). Homem sobe degrau na Praia Central de Balneário Camboriú em 24 de novembro de 2022 Patrick Rodrigues/NSC Das obras já realizadas, chamaram a atenção a ocorrência de "degraus", desnivelando o nível da faixa de areia. A situação ficou mais evidente na Praia Central de Balneário Camboriú, onde o aparecimento aconteceu apenas 10 meses após a entrega da obra, que custou mais de R$ 60 milhões. No caso dos degraus, o alargamento funciona apenas como "amortecedor temporário" contra a erosão litorânea. Os estudiosos defendem outras estratégias não sejam tomadas em paralelo, há possibilidade de que o mar volte a "engolir" as áreas. A análise técnica feita pela UFSC e assinada pelos pesquisadores Gabrielli Scussel Pereira, Alessandra Fonseca, Paulo Pagliosa e Paulo Horta, também afirma que o aspecto econômico não deve ser justificativa única para a execução das obras. O levantamento analisou os trabalhos de engordamento feito nas três praias de Florianópolis e na de Balneário Camboriú. Entre os alertas e recomendações, foi destacado: O alargamento funciona apenas como "amortecedor temporário" contra a erosão litorânea. Caso outras estratégias não sejam tomadas em paralelo, há possibilidade de que o mar volte a "engolir" as áreas; Licenças e autorizações para as obras devem levar em consideração e saber sobre a extensão da poluição do ar e da água provocada pelos serviços; Na água, a degradação ocorre, por exemplo, quando a areia é retirada do fundo do mar para aumentar a orla. Esse processo mexe em materiais que estavam imobilizados abaixo da areia; A dragagem e aterro de praias não têm impacto apenas local, trazendo, assim, consequências para o ambiente próximo às orlas que passaram por obras. ⌛ IMA estuda atualizar processos Responsável por liberar licenças ambientas em Santa Catarina, o Instituto do Meio Ambiente do estado (IMA) afirma que está elaborando uma proposta de aperfeiçoamento para a resolução do Consema, que é o responsável por reger os projetos de alimentação artificial das praias. Uma atualização da própria instrução normativa também é debatida. A decisão ocorreu dentro do 1º Workshop sobre Alimentação Artificial de Praias - Prática e Gestão Ambiental, evento feito em 21 de novembro de 2023 que debateu a erosão das regiões litorâneas catarinenses. Ao g1, o IMA destacou que "todos os procedimentos de licenciamento ambiental cumpriram os requisitos para a concessão das licenças e, portanto, foram conduzidos à luz do que preconiza a atual legislação ambiental". 🏖🚜 Quando e onde houve alargamento de praias em Santa Catarina Florianópolis: a primeira praia a sofrer engordamento foi Canasvieiras, uma das mais turísticas da capital e que é a favorita dos turistas estrangeiros, principalmente argentinos. Após três adiamentos, a obra de 2,3 quilômetros que alargou a faixa de areia em 35 metros foi entregue em janeiro de 2020 ao custo de R$ 24,8 mihões. Praia de Canasvieiras após alargamento da faixa de areia em Florianópolis Leonardo Sousa/PMF A segunda entrega foi na Praia dos Ingleses, ao custo de R$ 18 milhões, em 2023. O alargamento foi feito em quase 2,8 quilômetros de extensão da faixa de areia. Também no Norte da Ilha, a obra mais recente foi em Jurerê, que contempla 3,3 quilômetros de Jurerê Tradicional e Jurerê Internacional. Iniciada em janeiro, foi concluída nos primeiros dias de março com ampliação da faixa de areia em até 50 metros, dependendo do trecho (veja o antes e o depois). A expectativa é a de que a faixa se estabilize em 30 metros com a conformação natural pela maré meteorológica dentro de sete anos. Praia de Jurerê dias antes da conclusão do alargamento da faixa de areia Prefeitura de Florianópolis/Divulgação Balneário Camboriú: a obra de alargamento com a maior extensão de Santa Catarina e entregue em 2021 elevou a faixa de areia de 25 para até 70 metros em média, contemplando toda a Praia Central. Durante os trabalhos, o município foi autuado pelo IMA por descumprir imposições do licenciamento ambiental e por executar a obra de forma diferente do projeto que apresentou ao órgão. Em um dos trechos na Barra Sul, o engordamento chegou a 180 metros, mas com a erosão ao longo dos últimos dois anos, o espaço passou para 110 metros. Imagens de drone mostram obra de alargamento em Balneário Camboriú Balneário Piçarras: em 1998 a primeira obra, com 2,2 quilômetros, tinha como objetivo conter o avanço do mar. Em função da erosão, outros dois trabalhos foram realizados em 2008 e 2012. A prefeitura informou que além do engordamento, foram construídos quatro molhes (espécie de pontão avançando para dentro do mar) nesse meio tempo para evitar a diminuição natural da faixa de areia. Praia de Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina Prefeitura de Balneário Camboriú/Divulgação Reveja os VÍDEOS mais assistidos do G1 SC VÍDEOS: mais assistidos do g1 Santa Catarina em 2023| em G1 / SC / Santa Catarina

FONTE: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2024/04/21/de-florianopolis-a-dubai-brasileira-santa-catarina-supera-16-km-de-praias-alargadas.ghtml


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